A HISTÓRIA DA TRAMONTINA - BRODIG HISTÓRIAS

A história da Tramontina começa em 1911, quando Valentin Tramontina chega à cidade de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul, para montar o seu próprio negócio. Das mãos deste filho de italianos, natural de Santa Bárbara (RS), nasce a ferraria Tramontina: uma pequena oficina estabelecida em um terreno alugado.

Após cumprir o serviço militar obrigatório, Valentin retoma suas atividades e investe no futuro, transferindo a empresa para um galpão maior.

Para o imigrante que deixou a Itália no final do século 19, o principal anseio era a propriedade da terra.

Valentin Tramontina, em 1911, montou sua ferraria na então vila de Carlos Barbosa. A família de Valentin morava em Santa Bárbara, localidade pertencente ao município de Bento Gonçalves, atualmente fazendo parte do município de Monte Belo do Sul, e lá fabricava ferramentas agrícolas.

Valentin veio a Carlos Barbosa porque a chegada da ferrovia significava perspectiva de expansão. Até 1930, a produção da ferraria era modesta. Valentin prestava serviços a empresas, entre elas Arthur Renner, proprietário de uma refinaria de banha, onde eram abatidos mais de 150 suínos por dia. Fazia consertos nas empresas e fabricava facas e canivetes. Podia ser considerado um ferreiro urbano.

Em 1924, a empresa de Arthur Renner se transfere para Montenegro. A partir de então, ocorrem algumas mudanças na linha de produção. O tradicional cabo de madeira das facas e canivetes é substituído pelo cabo de chifre, e vários modelos são lançados, entre eles um denominado 'Santa Bárbara'.

Em 1932, Valentin agrega os primeiros colaboradores. São pessoas que residem na vila, trabalham na agricultura em tempo parcial e começam a fazer facas e canivetes nos porões de suas casas.

Valentin Tramontina, nascido em 1893, falece com 46 anos de idade, no ano de 1939. A partir daí, assume a ferraria, dona Elisa Tramontina, esposa de Valentin, que desponta como uma empreendedora nata e arrojada. Ela é quem embarca no trem da estação da vila de Carlos Barbosa e vai vender a produção nos mercados regionais e na capital do Estado.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), caso não existisse a determinação e a coragem de Elisa, a ferraria teria sucumbido.

O ano de 1949 pode ser considerado um marco na história do Grupo. Trata-se da data em que Ruy José Scomazzon, barbosense de 20 anos, amigo de Ivo Tramontina, cursando a Faculdade de Ciências Econômicas da PUC – Porto Alegre, começa a prestar assessoria à Tramontina. Ruy, com espírito de liderança, implanta planos ambiciosos, enfatizando a organização em todos os setores. Inaugura-se uma nova etapa. O caráter artesanal dá lugar a uma produção manufatureira.

Na década de 50, a empresa contava com 30 empregados e alguns representantes comissionados espalhados pelo Estado.

Os canivetes representavam 90 por cento do faturamento. Vem da Itália a tradição de ter no bolso um canivete, cuja denominação é 'brítola'. Trata-se de um canivete com formato de pequena foice utilizado principalmente na poda da parreira, para cortar vime. A Tramontina sempre se destacou na fabricação deste canivete. A empresa se capitaliza rapidamente, com inovações tecnológicas: laminadores, marteletes, máquinas de esmerilhar e forjar, que dinamizam a produção em série.

Com a presença do governador Ildo Meneghetti, em dezembro de 1956, foi inaugurada a ampliação das instalações da empresa e o novo escritório. Intensifica-se a produção de facas e ferramentas agrícolas. O ano de 1958 marca a fundação da Metalúrgica Forjasul, em Porto Alegre, e posteriormente transferida para Canoas.

Em 1961 falece a grande baluarte Elisa Tramontina. As décadas de 60 e 70 são marcadas pela instalação de empresas do Grupo em Garibaldi, Farroupilha e na Bahia, e também pela admissão de novos empregados.

A história de sucessão começou em 1949, quando Ivo Tramontina seguiu os passos do pai e passou a comandar o negócio, junto com seu amigo, Ruy J. Scomazzon. Nas décadas seguintes, a dupla foi responsável por expandir o empreendimento e levar a Tramontina para cerca de 120 países.

A tradição da família continuou quando Clóvis Tramontina, filho de Ivo, deu sequência aos negócios, assumindo, em 1992, a presidência da companhia. Mas ele não caiu de paraquedas no cargo. Antes de alcançá-lo, foi preparado para isso. Passou por vários setores da empresa e estudou, se formando em Administração e fazendo alguns outros cursos depois, como pós-graduação e MBA.

Houve um salto gigantesco. Dos 30 empregados existentes em 1950, a empresa passou a ter em seu quadro 557 funcionários no final dos anos 60. Hoje o Grupo emprega quase 7.000 pessoas, exporta para mais de 120 países e é uma marca conhecida no mundo inteiro. Nas suas 10 unidades produz mais de 18 mil itens.

Fonte: https://blogdouo.blogspot.com/